A Habitat para a Humanidade Brasil, em parceria com as entidades que integram a Articulação por Direitos na Pandemia e com apoio da Fundação OAK, fizeram uma série sobre os impactos da COVID-19 na vida da população brasileira.
A série relata a situação de milhões de famílias ao redor do Brasil, a partir de histórias narradas por moradores de diversos lugares. Os vídeos foram produzidos por coletivos de comunicação locais e trazem a voz da população protagonista desses relatos.
“Esperamos que esta série ajude a destacar a importância do poder público assumir compromissos. A pandemia ainda não acabou e a crise social que vivemos precisa ser foco de atenção de todos que assumirem cargos nos governos municipais”, destaca Socorro Leite, diretora nacional da Habitat para a Humanidade Brasil.
A Articulação por Direitos na Pandemia vem monitorando a atuação e ausência do poder público no contexto da pandemia a partir das vivências e realidades dos grupos e comunidades vulneráveis. O objetivo é mostrar a omissão e violação de direitos, além de fomentar o debate por políticas públicas e ações imediatas e estratégicas na perspectiva do direito à cidade e justiça social.
O monitoramento resultou em um estudo de Panorama Nacional, que ouviu lideranças e representantes de 195 comunidades e grupos, em 30 cidades e 15 estados do Brasil. O panorama nacional pode ser acessado aqui!
1º Episódio: A Falta D’Água
A pandemia da COVID-19 negritou problemas históricos de desigualdade nas cidades brasileiras, acentuando a situação de exposição de milhões de famílias que vivem nas periferias. Enquanto organizações de saúde reafirmavam que a higienização era uma das medidas fundamentais para prevenir o coronavírus, milhares de famílias sofreram com a falta d’água.
Mas, apesar das promessas do poder público, a falta de abastecimento de água não foi solucionada. No bairro do Ibura, em Recife/PE, os moradores e moradoras se viram forçados a caminhar para buscar água na casa dos vizinhos. Além disso, tinham que gastar o dinheiro já curto para comprar água mineral para higienização, e até puxar água de poço com a própria respiração. Essa situação foi uma realidade em 92% das cidades brasileiras.
É fundamental que a sociedade cobre do poder público ações concretas para resolver os problemas que não foram resolvidos durante a quarentena. A pandemia ainda não acabou e os impactos da COVID-19 se somam à crise social que vivemos. Por isso, lutar contra a desigualdade precisa ser foco de atenção de todos que assumirem cargos nos governos municipais e federais.
2º Episódio: Desigualdade Digital
Entre redes comunitárias e virtuais: o acesso à internet nas periferias. Alguns impactos que a falta de infraestrutura nas periferias causou na vida de milhões de famílias brasileiras durante a pandemia são mais óbvios:
- Despejos em um momento onde a indicação é ‘ficar em casa’;
- Falta d’água para lavar as mãos;
- Transporte público lotado quando o indicado é distanciamento social.
Porém, milhares de famílias ao redor do Brasil sofreram com falta de infraestrutura de uma forma que nem sempre se percebe: a desigualdade no acesso à internet é uma destas questões. Em 43% das cidades brasileiras, o acesso à internet é um privilégio de poucos, seja por falta de renda ou por falta de estrutura de rede virtual nos locais onde vivem. Para muitas famílias que vivem em periferias, principalmente as que têm crianças e jovens em idade escolar, a pandemia trouxe a dificuldade financeira de contratar serviços de internet e comprar telefones ou computadores para as crianças continuarem tendo aulas de forma online.
Neste momento em que o Brasil passa por eleições, é fundamental que o olhar da sociedade esteja em cobrar compromissos do poder público para garantir o acesso à educação e informação para as milhares de famílias das periferias, impactadas pela pandemia.
Então, se você quiser assistir à série Os impactos da COVID-19 na vida da população, clique aqui e veja os 4 episódios disponíveis.
Ajude a lutar contra as desigualdades
A pandemia escancarou um problema que existe há muito tempo no Brasil: a desigualdade. Famílias em situação de vulnerabilidade tiveram que enfrentar a crise sem o apoio efetivo de políticas públicas, seja em relação à moradia digna ou a falta de acesso a serviços como saneamento básico. Por isso, intensificamos nossas ações durante a pandemia e, apenas no ano de 2020, nós:
- Entregamos 9.567 cestas básicas – 70 toneladas de alimentos
- Distribuímos 80 mil máscaras
- Abastecemos famílias com 1,2 milhão de litros de água potável
Além disso, seguimos batalhando em outras frentes de atuação. Somos uma organização da sociedade civil que combate as desigualdades e luta para garantir que pessoas em condições de pobreza tenham um lugar digno para viver. Atuando no Brasil desde 1992, já transformamos mais de 230 mil vidas. Mas não fazemos isso sozinhos, contamos com doações e com a parceria de empresas e entidades que querem fazer mais pelo país.
No fim das contas, nossa jornada é para que as pessoas possam viver com dignidade e tenham melhores oportunidades. Então, se você também pensa assim, junte-se a nós. Doe agora e contribua com os nossos projetos.