Voluntários(as) ingleses ajudam a reconstruir vidas em Recife

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O trabalho árduo começa

Em outubro do ano passado, um grupo de voluntários(as) ingleses chegou à Recife, capital de Pernambuco, para passar os próximos 6 dias reformando casas em conjunto com 5 famílias na comunidade de Alto Santa Terezinha. Nesta comunidade, muitas famílias que vivem em condições precárias, sem meios de melhorar. O apoio dos voluntários(as) seria importante para acelerar o processo de construção e garantir um futuro mais seguro e digno para essas 5 famílias.

Depois de passar o domingo ajustando-se ao calor, conhecendo-se e trabalhando através da orientação, a equipe de voluntários foi para a cama para se sentir descansada e pronta para o primeiro dia no local.

A jornada para a comunidade

Na manhã de segunda-feira, os voluntários se amontoaram no ônibus ansiosos por chegarem na comunidade. A jornada até o local da construção foi certamente memorável. Uma longa viagem pela cidade, saindo da paisagem urbana moderna e entrando no espaço apertado da favela. Como as estradas mudavam de asfalto para pedras soltas, irregulares e às vezes desconfortável, mas valeu a pena pelas vistas e pelo árduo trabalho recompensador à frente.

 “Eu iria a qualquer lugar que a Habitat me mandasse, porque é sobre necessidade… sobre pessoas que precisam de uma moradia mais digna”, Chris.

Reconstruindo comunidades em Recife

O Alto Santa Terezinha começou como um assentamento informal, fundado por trabalhadores locais e pescadores, que haviam sido empurrados para fora da cidade por incorporadores urbanos que queriam lucrar com a costa da cidade. Como mais e mais pessoas se mudaram para lá, a região gradualmente se tornou mais estabelecida e o governo finalmente concedeu aos residentes o direito de morar no local.

Desde então, a área se transformou em uma comunidade grande e vibrante. Caracterizadas por famílias de baixa renda, essas 5 moradias foram selecionadas pela Habitat Brasil por serem extremamente inseguras e impróprias para morar. Desde 2011, trabalhamos na comunidade, atuando para reformar casas precárias e fornecer instalações de água e saneamento para os que precisam.

“Você vive em sua própria pequena bolha em casa e não percebe o que está acontecendo no mundo”, Kirsty.

Como é o trabalho voluntário na Habitat Brasil

Cada casa foi escolhida porque precisava de sérios reparos e reformas, por isso, os tipos de trabalho que os voluntários faziam variavam de família para família.

Uma casa, a de Alessandro, não tinha telhado adequado, o que significava que a casa inundava cada vez que chovia. O grupo de voluntários que trabalhou nessa casa precisou remover o telhado, preparou a nova estrutura e a substituiu até o final da semana, dando a Alessandro a esperança de que ele e sua família pudessem ficar seguros e secos durante a próxima estação chuvosa.

A casa de Fernando não tinha chão, paredes rebocadas ou uma cozinha adequada. Assim, os voluntários que trabalharam em sua casa passaram muito tempo misturando cimento, rebocando e transformando sua casa em um lar… um lugar muito melhor para se viver.

 “O que ficou comigo é o quão aguda pode ser a pobreza da moradia, mesmo quando as pessoas já têm casas. Não é apenas a reforma e o reparo que está sendo feito. É como se estivéssemos construindo a casa do zero. A transformação é a mesma”, Chris.

Construindo um futuro mais seguro

Uma das casas mais instáveis ​​e precárias era a de Joseane, construída no topo de uma íngreme encosta de concreto. Ela foi forçada a manter seus filhos dentro da casa, mas sem janelas e luz natural, era uma existência sombria.

Instalamos uma cerca e um trilho ao lado da casa, dando a seus filhos a liberdade de brincar do lado de fora. Os voluntários instalaram janelas e telhas transparentes que permitiram a máxima iluminação – tudo garantindo a liberdade para os filhos de Joseane e um futuro mais saudável para toda a família.

Michele e Sheila são irmãs que vivem ao lado uma da outra, junto com seus filhos, avós e família, que dividem um espaço apertado e sem banheiro. O restante dos voluntários passou o tempo construindo o banheiro a partir do zero. A diferença que todos fizeram em uma semana foi incrível.

“Ver o rosto de Michele enquanto ela espiava pela janela da casa e olhava diretamente para o novo banheiro, foi um daqueles momentos em que você não precisa falar a mesma língua. Eu poderia dizer exatamente o que estava na cabeça dela. Então eu corri e dei um grande abraço nela!”, Ailsa.

Aprendendo com a comunidade

No meio da semana, a equipe deixou de lado suas ferramentas e seus capacetes enquanto exploravam a comunidade local. Todos foram visitar o COMPAZ (Centro Comunitário do Alto Santa Terezinha). O centro é um incrível edifício financiado pelo governo que oferece uma variedade de atividades como esportes, artes, apoio educacional e até mesmo uma clínica de saúde mental.

Seria fácil pensar que o centro é mantido pelas provisões do governo. Mas apesar desse dinheiro, o local é realmente mantido pela comunidade. Cada membro da equipe – faxineiro, professor, médico, mora na comunidade, então eles realmente entendem a necessidade de respeitar o espaço e mantê-lo funcionando.

“Eu acho que temos muitas coisas em casa, mas na verdade o senso de comunidade que eles têm aqui é imenso”, Joy.

O centro comunitário é um refúgio seguro para muitas das crianças que moram na comunidade. É um algum lugar onde podem fazer sua lição de casa, brincar e ficar longe de perigo. Fomos informados de que a taxa de criminalidade diminuiu significativamente desde que o centro foi construído.

“Há algumas lições de vida reais para tirar das pessoas daqui. O que eles construíram, quando eles tinham tão pouco para começar, é surpreendente”, Joy.

No último dia da construção, a tarde foi gasta celebrando a cerimônia de entrega – voluntários e famílias juntos. De fato, toda a comunidade saiu para comemorar. O que mais impressionou a equipe foi o senso unânime de companheirismo e apoio. Não havia ciúmes das famílias que não tiveram suas casas reformadas, apenas um sentimento esmagador de orgulho e esperança de que um dia eles também pudessem receber o apoio da Habitat Brasil.

Se sentiu inspirado? Participe do Programa de Voluntariado da Habitat Brasil!

*Este texto foi escrito por Heidi Hunwick-Brown – Diretora de Conteúdo Digital da Habitat For Humanity Great Britain , que visitou a Alto Santa Terezinha ao lado da equipe de voluntários, para capturar fotos, vídeos e histórias durante a semana. Leia a versão original em inglês.