Habitat Brasil distribui cestas básicas em comunidade indígena

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Ação emergencial se dá em uma das piores fase da pandemia, com a terceira onda já anunciada pela Fiocruz

O novo coronavírus é especialmente mortal para os povos indígenas do Amazonas. Segundo a análise sobre o impacto da COVID-19 na população feita pela Coiab (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira) e pelo IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) a taxa de mortalidade entre indígenas é 150% mais alta do que a média brasileira.

A falta de sistemas adequados de cuidados específicos para essa população e a problemática de invasão das terras indígenas por atores que podem levar o vírus para dentro desses territórios e comunidades são alguns dos fatores que explicam a maior vulnerabilidade dessa parcela da população.

Para apoiar os Kokamas, um dos povos indígenas que ocupam uma área ancestral de Manaus, a Habitat para a Humanidade Brasil distribuiu 30 cestas básicas e kits de limpeza para a Associação Indígena Erapaka Kamata. A associação é representada por Josué Kokama, uma das lideranças indígenas da região,  e desenvolve um trabalho de apoio as famílias em vulnerabilidade social. Todas as doações oferecidas  pela Habitat serão distribuídas pela associação.

Região Beneficiada

Os Kokamas ocupam um território em que há uma grande quantidade de urnas funerárias indígenas. Com a interdição do terreno para a preservação das urnas, o local ficou abandonado por duas décadas e sofreu vários saques de peças arqueológicas no período. O território, que também era alvo constante de grilagem – ato de ocupar ilegalmente terras  públicas – , foi ocupado por setecentas famílias de diversos povos indígenas em 2018.

Essas famílias, por sua vez, não contam com nenhum tipo de assistência por parte do poder público. As cestas básicas, insuficientes perto dos imensos problemas de segurança alimentar e nutricional enfrentados pela comunidade, atenderão famílias com maior grau de vulnerabilidade.

Segundo a pesquisa Olhe para a Fome, divulgada pela Rede Brasileira de Pesquisa e Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, o auxílio emergencial de R$ 600,00 foi responsável por evitar um cenário ainda pior do que o que vivemos hoje no país. São 19 milhões de brasileiros que enfrentam a fome no Brasil hoje.

Durante a articulação do novo auxílio emergencial reduzido, a Habitat para a Humanidade Brasil e outras organizações da sociedade civil defenderam a extensão do auxílio no valor de R $600 até o fim da pandemia. Isso porque consideramos os valores da nova rodada baixos demais e insuficiente para suprir as necessidades das famílias de baixa renda.

Diante de um cenário de aumento da desigualdade e da fome no país,  nós seguimos na linha de frente para garantir o mínimo de proteção para quem mais precisa. Além das ações de distribuição de mantimentos, seguimos realizando um trabalho de incidência em políticas públicas para pautar projetos orientados pelo princípio humanitário de inclusão e equidade.