Dia Mundial da Água: voluntários constroem cisternas no nordeste brasileiro

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20 voluntários desembarcam no agreste pernambucano levando esperança para 7 famílias

Nesta sexta (22), comemora-se o Dia Mundial da Água. E não há celebração melhor do que levar acesso à água potável a quem sofre com a seca. É com essa missão que 20 voluntários(as) dos EUA desembarcam na pequena cidade de Riacho das Almas, no agreste pernambucano. Eles passam essa semana construindo sete cisternas em conjunto com a ONG Habitat para a Humanidade Brasil.

Desde 2010, a organização atua na região do agreste pernambucano, reparando o telhado das casas e construindo cisternas para o armazenamento de água da chuva. Isso é feito com o apoio de voluntários(as), que arrecadam os recursos necessários para financiar a ação e depois têm a oportunidade de passar 5 dias conhecendo a realidade das famílias e construindo as cisternas do começo ao fim.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 3 em cada 10 pessoas no mundo não têm acesso à água potável, aproximadamente 2,1 bilhões de pessoas. Essa é a realidade Rubiana (19) que vive em Riacho das Almas (PE) com seu marido e seu filho de apenas 1 ano de vida. Assim como outras famílias da região, Rubiana não tem água em sua casa e sempre precisou caminhar longas distâncias para buscar em rios ou barreiros. Com o nascimento do bebê, essa rotina teve de ser interrompida e, atualmente, Rubiana paga para que outros vizinhos a tragam água que, na maioria das vezes, é imprópria para uso.

Nós priorizamos o atendimento a famílias lideradas por mulheres, e com crianças, idosos ou pessoas com problemas de saúde e deficiências morando na casa. Mas o principal critério é que sejam famílias em área rural, sem acesso a água, que recebam até 2 salários mínimos de renda familiar mensal”, explica Mohema Rolim, Gerente de Programas da Habitat para a Humanidade Brasil e responsável técnica pelo projeto.

“A mudança na qualidade de vida para as famílias é imediata. Não podemos conceber que milhares de famílias ainda carecem de acesso a este direito humano mais básico”, afirma. Em nove anos, foram beneficiadas mais de 550 famílias que, além da cisterna e reforma em seus telhados, receberam capacitações sobre como manter a água potável dentro do reservatório e ainda oficinas sobre direitos humanos e políticas públicas.

As cisternas

As cisternas são feitas com placas de concreto e construídas por meio de mutirões em que as famílias, moradores das comunidades e voluntários da Habitat Brasil participam. Quando chove, a água cai na calha do telhado, desce pela tubulação e chega até o reservatório, que tem capacidade de armazenar até 16 mil litros d’água. Nas épocas de seca, basta usar a bomba e retirar água potável pronta para consumo, alimentação e agricultura.