3 filmes sobre maternidade como resistência à violência de Estado

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Em uma das operações mais letais da história do Rio de Janeiro, 29 pessoas morreram em uma operação da Polícia Civil. Mesmo durante a pandemia, confronto e violência marcaram a política de segurança pública do Estado do Rio de Janeiro. Mas essa política, inclusive, desrespeitou uma decisão do STF que, em junho de 2020, proibiu operações policiais desse tipo durante a crise sanitária. Nós, da Habitat para a Humanidade Brasil, prestamos solidariedade a todas as vítimas e familiares do massacre. Para refletir sobre o luto que diversas mães periféricas enfrentam após perderem seus filhos pela violência do Estado, selecionamos três filmes que retratam a questão. Assim, esperamos conscientizar a população sobre a triste realidade do nosso país e jogar luz sobre essa problemática.

Não Saia Hoje – Susanna Lira 

“Não Saia Hoje” é um conselho que várias mães disseram aos seus filhos em maio de 2006. Infelizmente, muitos deles precisaram sair de casa e elas não puderam protegê-los da violência dos chamados Crimes de Maio, quando o confronto com a polícia militar de São Paulo e a facção criminosa PCC deixou um rastro de mais de 500 mortos na cidade. O filme constrói uma narrativa poética sobre o luto, a luta e esperança dessas mulheres que foram apartadas precocemente do convívio com seus filhos e hoje batalham para que suas histórias não se repitam. Maternidade como resistência à violência de Estado é o motim de luta de todas as mães que estão presentes neste filme, disponível no YouTube.

“Deus” – Vinícius Silva

A ideia do curta-metragem “Deus”, que traz às telas o universo cotidiano de uma mãe negra na periferia de São Paulo, nasceu da própria trajetória pessoal de Vinícius, que foi o primeiro de sua família a concluir um curso universitário. No curta, Roseli, uma mulher negra, cria seu filho Breno sozinha na periferia de São Paulo. O filme foi viabilizado por meio de uma campanha de financiamento coletivo e você pode assistí-lo na plataforma vimeo clicando aqui.

A Mãe – Cristiano Burlan

“A Mãe” é um longa-metragem de ficção sobre o desespero de uma mãe periférica que fará de tudo para recuperar o filho desaparecido. Estrelado por Marcélia Cartaxo, vencedora do urso de prata de melhor atriz no festival de Berlim, e dirigido por Cristiano Burlan, o filme é um mergulho intimista na vida e no luto de uma mulher que, ao ver a vida de seu filho abreviada pelas mãos e violência do Estado, precisa enfrentar a burocracia opressora das grandes metrópoles para poder vê-lo uma última vez. Assista aos bastidores do filme abaixo:

Esses filmes são exemplos de como a violência do Estado vitima milhares de famílias todos os dias no Brasil. Por isso, a Habitat Brasil se solidariza com as pessoas que enfrentam essa situação e entende que lutar contra as desigualdades é uma maneira de construir um futuro mais seguro e próspero.