Nossa Casa
Habitat lança campanha global de incidência
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1 bilhão.
Esse é o número de pessoas que vivem em favelas e comunidades precárias em todo o mundo e que não são tratadas com igualdade. Muitas vezes, suas casas não têm serviços básicos, como água tratada. Eles não têm direito à terra e são os mais vulneráveis às mudanças climáticas.
No entanto, suas casas fazem mais do que revelar desigualdades – também podem ser um veículo para enfrentá-las. Uma moradia adequada é uma ferramenta poderosa para promover o bem-estar e a sustentabilidade. Melhorar a qualidade de vida daqueles que vivem em comunidades precárias tem impactos diretos na renda, saúde e educação, e vários efeitos colaterais para sociedades inteiras.
Em 2023, a Habitat para a Humanidade Internacional lança a campanha de incidência global Nossa Casa, com o objetivo de, nos próximos cinco anos, mudar políticas locais, nacionais e globais para que haja garantia de moradia adequada às famílias que moram em comunidades precárias em todo o mundo.
Juntos, com parceiros, governos e comunidades, podemos gerar mudanças permanentes para que as pessoas que vivem em favelas tenham acesso a uma moradia digna e segura.
- Uma casa sem acesso à água tratada significa que as famílias correm o risco de terem doenças que ameaçam a vida.
- Uma casa sem o direito de permanecer significa que as famílias vivem com medo de serem despejadas e não terem para onde ir.
- Uma casa mal construída em uma área propensa a desastres significa que as famílias estão mais vulneráveis às mudanças climáticas.
- Uma casa onde a participação cívica é limitada significa que as famílias lutam para que suas vozes sejam ouvidas.
Isso não é justo. É necessário o poder das comunidades juntamente com mudanças políticas para garantir o acesso à moradia adequada para todos e todas.
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Além do lançamento da campanha, Habitat para a Humanidade Internacional lança o relatório “Melhorando a habitação em assentamentos informais: avaliando os impactos no desenvolvimento humano”, produzido em parceria com Instituto Internacional para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (IIED), que aponta os ganhos de desenvolvimento econômico e humano, em termos de renda, saúde e educação, associados a melhorias habitacionais em comunidades e favelas.
O estudo é o primeiro do mundo realizado com este enfoque e foi desenvolvido a partir de uma metodologia de modelagem exclusiva, combinando uma revisão de mais de 130 artigos e relatórios com 72 indicadores em 102 países de baixa e média renda. A pesquisa conclui que a moradia adequada é um poderoso catalisador para o bem-estar e a sustentabilidade.
No Brasil, por exemplo, investir em condições adequadas de moradia resultaria no aumento de 14 posições no ranking do IDH, saindo da posição 87ª para a 73ª. Além disso, segundo o estudo, se os investimentos em moradia adequada para todos fossem feitos, o Brasil teria um crescimento de 6% no PIB, um aumento de 1% na expectativa de vida, e um aumento de 13% nos anos de escolaridade.
No mundo, o acesso à moradia adequada para todos(as)
4%
de aumento na expectativa de vida em países ao redor do mundo, adicionando 2,4 anos em média.
28%
de aumento nos anos de escolaridade em alguns países.
10,5%
de aumento do PIB e renda per capita em alguns países.
Desbloqueando o potencial de impacto que investimentos em moradias adequadas pode gerar
A expectativa de vida pode aumentar em até 4% em países ao redor do mundo, adicionando 2,4 anos à vida em média. Mais de 730.000 mortes poderiam ser evitadas a cada ano. Para colocar isso em perspectiva, são mais vidas do que seriam salvas a cada ano com a erradicação da malária em todo o mundo.
Garantir essas melhorias e o acesso à moradia com instalações adequadas de acesso à água e saneamento básico, por exemplo, pode fazer com que mais crianças permaneçam na escola. Os anos de escolaridade projetados em alguns países aumentariam em até 28%. Globalmente, até 41,6 milhões a mais de crianças e jovens poderiam se matricular na educação primária e secundária graças às melhorias, o que equivale a 16,1% de todas as crianças e jovens que atualmente não recebem educação formal. Ou seja, uma em cada seis crianças que não vão à escola no mundo.
O acesso equitativo à moradia adequada em comunidades precárias pode gerar um impacto de até 10,5% no PIB e na renda per capita de alguns países. O estudo indica que aumento resultante no padrão de vida dos moradores de favelas, considerado em conjunto, provavelmente excederá o custo de urbanização de favelas em muitos países.
Ao combinar os resultados das três dimensões do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) – renda, saúde e educação – o estudo mostra um impacto global positivo no nível de desenvolvimento humano dos países. Oferecer acesso a moradia adequada em comunidades precárias pode levar a um salto de até 18 posições no ranking de países do IDH e a uma mudança no nível de desenvolvimento humano de baixo para médio, por exemplo. De acordo com cálculos da pesquisa, o Brasil subiria 14 posições no ranking do IDH, saindo da posição 87ª para a 73ª.
Como organização internacional referência na promoção da moradia, a Habitat para a Humanidade tem a oportunidade única de garantir que o acesso à moradia adequada seja priorizado em todo o mundo. Juntos, podemos promover políticas e mudanças concretas que a nossa casa represente a oportunidade de um futuro melhor para todos.