Mulheres indígenas lutam por direitos à água e saneamento básico em Manaus

Share this

“É a mulher que está na luta. Ela que vai nas reuniões. Nos protestos que fazemos, quem está na linha de frente são as mulheres, muitas vezes com seus filhos”. É assim que Sol, moradora da comunidade Nova Vida, localizada na zona norte de Manaus, comenta sobre a luta por acesso a direitos básicos das cerca de 2.000 famílias do local, sendo 300 delas indígenas.

Na comunidade Parque das Tribos, localizada na zona rural de Manaus, onde vivem cerca de 700 famílias indígenas, não é diferente. Liderada pela cacique Lutana, também da etnia Kokama, são as mulheres indígenas que estão na linha de frente na luta por acesso a serviços públicos básicos, como água, energia elétrica, saneamento básico, saúde e educação. 

Sol pertence à etnia Kokama, é mãe de um menino de 9 anos e LGBT casada com Hellen, uma das lideranças da comunidade.

Comunidade Nova Vida

Na comunidade Nova Vida, localizada na zona norte de Manaus, vivem um total de 2.000 famílias, das quais 300 são de origens indígenas, pertencentes a 14 etnias diferentes, entre elas a Tikuna, Kokama, Baniwa, Marakanambê e Tukano. Os moradores denunciam que vivem de forma extremamente precária e com sérios problemas de falta de serviços públicos, como ausência de acesso à água, luz, saúde e educação pública. De acordo com Solange, mulher indígena Kokama, 90% das pessoas que se mobilizam pelos assuntos da comunidade são mulheres. “É a mulher que está na luta. Ela que vai nas reuniões. Nos protestos que fazemos, quem está na linha de frente são as mulheres, muitas vezes com seus filhos”. Solange é mãe de um menino de 9 anos, LGBT casada com Hellen, uma das lideranças da comunidade.

Da etnia Kokama, Lutana é liderança no Parque das Tribos (zona rural de Manaus/AM).

Parque das Tribos

O Parque das Tribos é reflexo do êxodo indígena, que tem sido um problema em Manaus, já que a população não pode permanecer em suas aldeias, onde gostaria de estar. A comunidade foi fundada por indígenas que tiveram que deixar suas aldeias devido ao garimpo ilegal. As cerca de 700 famílias que habitam o local, sob liderança de Lutana, já resistiram a uma tentativa de despejo e seguem lutando por um melhor acesso à água e eletricidade, já que há casas onde não há eletricidade, além da luta contra a fome.