Entre os dias 24 e 26 de julho aconteceu, na Baixada Santista e no Litoral Norte de São Paulo, uma missão-denúncia para averiguar os impactos dos recentes desastres socioambientais nas populações vulneráveis e as denúncias sobre violações de direitos humanos na região, como a dificuldade no acesso à infraestrutura básica, a exemplo de água e saneamento básico, além de ameaças de despejos irregulares. Segundo dados da última pesquisa da Campanha Despejo Zero, São Paulo tem o maior número de famílias ameaçadas de remoção. São quase 60 mil em todo o estado.
A missão-denúncia foi organizada pelo Fórum Nacional de Reforma Urbana (FNRU), com a Campanha Despejo Zero e o Centro de Direitos Econômicos e Sociais (CDES), e contou com o apoio de várias instituições da sociedade civil e organizações sociais que lutam pela garantia de direitos, como a Habitat para a Humanidade Brasil e o Instituto Brasileiro de Direito Urbanístico.
Durante os três dias de visitas às comunidades, a equipe, formada por representantes das entidades envolvidas na missão, coletou depoimentos de moradores das cidades de Santos, Cubatão, São Vicente, Bertioga e São Sebastião. Em fevereiro deste ano, o Litoral Norte de São Paulo registrou o maior volume de chuvas em um período de 24h na história do país e vitimou 65 pessoas, sendo 64 moradoras de São Sebastião. Na ocasião, milhares de pessoas ficaram desabrigadas ou desalojadas, e as cidades mais afetadas ainda sofrem com as consequências.
No último dia da ação, o grupo participou de uma mesa de diálogo, liderada pela Defensoria Pública de São Paulo, na cidade de São Sebastião, seguida de uma audiência pública popular, em Santos, na qual foram formalizadas as denúncias e cobradas providências por parte do poder público.