“Tanta gente sem casa, tanta casa sem gente”. Essa frase sintetiza um paradoxo que tem ecoado em diversas discussões relacionadas à moradia adequada e à construção de cidades inclusivas e sustentáveis no Brasil e na América Latina. Remete aos dados oficiais da Fundação João Pinheiro que apontam que, no Brasil, o déficit habitacional chega a 6,3 milhões de domicílios (sem contar com o déficit qualitativo, muitas vezes subestimado). Enquanto existem mais de 6,8 milhões de imóveis vagos, em condições de serem ocupados.
Na cidade de Recife (PE), um grupo de organizações e entidades da sociedade civil não-lucrativa e movimentos sociais engajados na luta pela reforma urbana têm somado esforços para avançar na construção de propostas para enfrentar esse e outros paradoxos de uma das cidades mais desiguais do país.
O LAB Moradia no Centro – Recife (PE) será realizado nos dias 9 e 10 de outubro de 2018. A ação irá reunir especialistas, profissionais, gestores públicos, pesquisadores, ativistas, de diversas cidades do Brasil, com experiências, conhecimentos e práticas distintas e complementares. O objetivo é apoiar na construção de propostas para a promoção de moradia adequada no centro do Recife, bem como apontar questões que devem ser contempladas no novo Plano Diretor do Recife para respaldar essa iniciativa.
O formato do evento foi inspirado nos “LAVs – Laboratórios de Vivienda”, uma metodologia que foi desenvolvida e vem sendo implementada pela Aliança das Cidades e Habitat para a Humanidade em vários países da América Latina, com o objetivo de contribuir de forma qualificada para a construção de propostas relacionadas a diversos temas e aspectos da moradia adequada.
O debate será orientado a partir de perguntas norteadoras em 3 eixos temáticos:
Disponibilização de imóveis vagos ou subutilizados para Habitação de Interesse Social.
Financiamento e sustentabilidade dos empreendimentos.
Formas de destinação e gestão dos imóveis.
Antes do evento, todos os participantes irão receber um Documento Síntese com uma breve análise do contexto da cidade de Recife e outros elementos nacionais e regionais para subsidiar o debate. A proposta é que 0 momento seja bastante “propositivo”, a partir das reflexões sobre experiências práticas em outras cidades e o que seria mais indicado diante da realidade de Recife.
Confira a programação e os participantes convidados:
