Financiamento climático para habitação é insuficiente, mostra estudo

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Estudo revela falhas no financiamento climático para habitação

Estudo global aponta falhas no financiamento climático para habitação

Um estudo inédito da Habitat for Humanity International evela um alerta crítico: o financiamento climático para habitação continua muito aquém do necessário. Mesmo com mais de 1,1 bilhão de pessoas vivendo em assentamentos informais, apenas 11 dos 188 países avaliados citam favelas ou áreas precárias em suas metas climáticas (NDCs) no âmbito do Acordo de Paris.

O relatório também destaca que, embora o Brasil esteja entre os países que mais recebem recursos internacionais para o setor, ele ainda não figura entre os que apresentam maior compromisso com moradia nas NDCs.

Saiba mais sobre a atuação da organização em: https://habitatbrasil.org.br/

Como as NDCs tratam a habitação e os assentamentos informais

Segundo o levantamento, 51% dos países apresentam baixo compromisso com habitação nas ações climáticas, enquanto 9% não mencionam a temática sequer uma vez em seus documentos oficiais. Apenas 4 países (2%) foram classificados como líderes no tema.

Além disso, menos de 6% das NDCs fazem referência direta a assentamentos informais — justamente as regiões mais vulneráveis a enchentes, ondas de calor, deslizamentos e tempestades.dições habitacionais adequadas.

Financiamento climático para moradia: recursos ainda insuficientes

Mesmo quando há compromisso declarado nas NDCs, o fluxo de recursos não acompanha. Entre 2014 e 2023, somente US$ 6,2 bilhões foram destinados ao financiamento climático para habitação, o que representa apenas 6,9% do total direcionado ao setor.

Ainda mais preocupante é que apenas 7% desse valor chega a iniciativas voltadas a favelas, urbanização e moradia incremental.

Desigualdades regionais no financiamento climático para habitação

A distribuição dos recursos também é desigual.
A Ásia concentra US$ 2,3 bilhões, sendo a região que mais recebe investimentos habitacionais voltados ao clima. Em contraste, a Oceania — onde pequenos países insulares enfrentam riscos diretos com o aumento do nível do mar — recebeu menos de 1% do financiamento global.

Exemplos de contradições entre metas e financiamento climático

O relatório evidencia uma desconexão entre discurso e prática em vários países. Alguns exemplos:

Bahamas: líder mundial em compromisso com moradia nas NDCs, mas recebeu zero recursos para habitação.

Benin e Ruanda: apresentam metas ambiciosas, porém contam com apoio financeiro mínimo.

Países com pouco ou nenhum compromisso — como Índia, México, Paquistão e Peru — estão entre os maiores recebedores de verba climática.

Por que ampliar o financiamento climático para habitação é urgente

Hoje, mais de 3 bilhões de pessoas vivem em moradias inadequadas. Sem aumentar o financiamento climático para habitação, os países continuarão falhando em proteger populações que já enfrentam riscos extremos.

Portanto, ampliar esses investimentos significa salvar vidas, reduzir desigualdades e fortalecer a adaptação climática das regiões mais vulneráveis

Habitat Brasil e o compromisso com a dignidade

Há mais de 30 anos, a Habitat para a Humanidade Brasil atua para combater as desigualdades e garantir o direito à moradia digna.

Presente em mais de 70 países, a organização trabalha em parceria com comunidades, empresas e governos para ampliar o acesso à moradia, à água e ao saneamento.