Hoje, 19 de novembro, é o Dia Mundial do Banheiro, um convite para refletirmos sobre o impacto do saneamento básico — ou a falta dele — na vida de tantas pessoas.
O saneamento está presente em cada pequeno gesto dos nossos dias. Ele começa no simples ato de abrir a torneira para lavar o rosto e escovar os dentes pela manhã, passa pela descarga que descartamos no banheiro e chega até a água que usamos para cozinhar, higienizar a casa e matar a nossa sede.
Quando falta saneamento, falta dignidade
Sem saneamento adequado, atividades básicas tornam-se desafios diários, expondo milhões de pessoas a doenças evitáveis e comprometendo profundamente sua qualidade de vida. Em 2021, por exemplo, foram registradas mais de 128 mil internações por doenças de veiculação hídrica; aquelas transmitidas por ingestão ou contato com água contaminada. Metade dessas internações eram de crianças de até 14 anos.
E a desigualdade está escancarada. Para cada casa sem banheiro, há 15 residências com três ou mais. E nessa equação, a raça faz toda a diferença. A população negra enfrenta um acesso a banheiros cinco vezes menor que o da população branca, ou seja: enquanto alguns vivem cercados de privilégios, milhões ainda lutam para conquistar condições básicas de sobrevivência.
Investir em saneamento é salvar vidas
A falta de saneamento mata cerca de 11 mil pessoas por ano no Brasil. Portanto, essa não é apenas uma questão de infraestrutura, mas de saúde pública e justiça social. Cada R$1 investido em saneamento gera uma economia de R$4 no sistema de saúde. A solução está ao nosso alcance, mas os investimentos atuais ainda não são suficientes para universalizar o acesso.
O que estamos fazendo?
Na Habitat para a Humanidade Brasil, acreditamos que o saneamento básico é um direito fundamental e inegociável. Por isso, trabalhamos em territórios e comunidades vulnerabilizadas para implementar soluções que assegurem o acesso à água, saneamento e condições adequadas de higienização.
Um exemplo é o projeto Saneamento nas Escolas, que busca transformar a realidade de crianças no arquipélago do Marajó, onde a privação do saneamento básico em instituições escolares compromete a saúde e a dignidade. Nosso objetivo é garantir o acesso à água e a soluções de saneamento, promovendo ambientes mais seguros e saudáveis.
Você sabia que as mulheres são as mais afetadas?
Nosso estudo Com sede de esperança: como a violação do direito à água e ao saneamento impacta a vida das mulheres brasileiras, lançado em setembro de 2024, aponta que as mulheres, especialmente as negras, estão na linha de frente dessa batalha. Além de enfrentarem múltiplas responsabilidades em suas rotinas, elas carregam o peso de uma quarta jornada: a luta por seus territórios e pelo acesso a direitos básicos como água e saneamento, essenciais para a sobrevivência de suas famílias e comunidades. Confira o estudo e saiba mais!