São Paulo, 21 de agosto de 2024 – Um piso no chão, janelas para melhorar a ventilação, reparos estruturais, um banheiro. Pequenas mudanças que geram grandes impactos na vida dos moradores. No dia em que se comemora o Dia Nacional da Habitação, uma pesquisa inédita realizada pela ONG Habitat para a Humanidade Brasil, escutou 335 famílias beneficiadas pelo programa de melhorias habitacionais, e mostra que 97% dos pesquisados declararam que as melhorias realizadas em seus imóveis contribuíram para uma mudança positiva na autoestima, especialmente em relação a ter um ambiente mais adequado, digno e seguro para acolher a família e receber visitas.
Quase metade das pessoas atendidas pertencem ao grupo considerado de vulnerabilidade social – com renda de até dois salários mínimos-, chefiadas em sua grande maioria por mulheres. Em Pernambuco, o programa atendeu 37 comunidades localizadas na Região Metropolitana do Recife e em cidades do Agreste e do Sertão do estado, com atuação, por exemplo, em municípios como Arcoverde, Caruaru, Riacho das Almas, e em bairros como Casa Amarela, Ibura e Córrego do Euclides. Já em São Paulo, as ações foram feitas na Favela dos Sonhos, Favela Haiti, Heliópolis, Jardim Lapenna e Vila Débora. No Paraná, ocorreu na comunidade de Parolin e, no Rio Grande do Sul, na Restinga.
O Programa de Melhoria Habitacional de Habitat Brasil tem relevância significativa na questão do déficit qualitativo da habitação e tem atuação em todo o território nacional. Seu objetivo é garantir o mínimo de proteção às famílias em situação de vulnerabilidade, proporcionar acesso a uma moradia digna e efetivar direitos. Nos 335 imóveis das famílias pesquisadas, foram realizadas 1.441 intervenções, como melhorias em banheiros, reparação nas instalações elétricas, impermeabilização de paredes, além da construção de telhados, janelas e portas.
A relação entre saúde e condições de moradia é evidente. Do total, 98% declararam que a casa ficou mais saudável após as intervenções e 94% declararam acreditar que as intervenções contribuíram para a prevenção de alguns tipos de doenças. Quase metade das famílias atendidas têm um ou mais membros com problemas respiratórios. Dentre essas famílias, 81% declararam ter percebido melhoras nos sintomas ocasionados pelas doenças respiratórias após a ação da Habitat. As casas ficaram mais ventiladas e iluminadas, combatendo mofo, umidade ou ventilação inadequada que podem causar ou exacerbar problemas respiratórios, como asma e alergias.
O relatório demonstrou mudanças na realidade habitacional das famílias entrevistadas não só na questão de saúde pública, mas também no bem estar-emocional das pessoas. A partir da percepção das famílias, a moradia adequada tem um impacto significativo em diversos aspectos como a saúde física com a redução das doenças; saúde mental com a melhora da autoestima; desempenho escolar com a existência de espaços adequados para o estudo; percepção de segurança com a instalação de portas e janelas; convívio familiar com espaços de privacidade; acesso à água segura, através da construção de cisternas; e promoção da acessibilidade. “Os resultados da pesquisa de percepção de mudança nos proporcionaram uma visão valiosa sobre o impacto de nosso trabalho. É gratificante ver que as melhorias nas condições habitacionais estão sendo notadas e apreciadas pelas comunidades que atendemos. Esses resultados não apenas confirmam a eficácia das nossas ações, mas também nos inspiram a continuar avançando”, ressaltou Mohema Rolim, gerente de Programas da Habitat Brasil.