
Conheça a Casa da Concórdia, iniciativa da Habitat para a Humanidade Brasil e do Fundo FICA, localizada no Recife/PE
Em um país onde o déficit habitacional ultrapassa as 6 milhões de moradias, pensar em alternativas inovadoras e justas para o acesso à habitação é urgente. Nesse cenário, a locação social aparece como uma solução possível e necessária, especialmente para populações vulnerabilizadas. A iniciativa da Casa da Concórdia, no Recife, é um exemplo prático de como esse modelo pode funcionar e garantir moradia digna, segura e adequada.
O que é locação social?
A locação social é um modelo de política habitacional baseado no uso de imóveis públicos ou privados para oferecer moradia a famílias em situação de vulnerabilidade mediante o pagamento de valores mais acessíveis aos encontrados no mercado imobiliário. Diferente da lógica da moradia como propriedade definitiva, a locação social entende a habitação como um direito de uso estável e seguro, especialmente para quem mais precisa: pessoas em situação de rua, mulheres vítimas de violência, migrantes e famílias despejadas.
Esse modelo já é adotado em diversas partes do mundo. Em cidades europeias, por exemplo, a locação social é parte estrutural das políticas de habitação e responde de forma mais ágil à mobilidade e às transformações sociais e econômicas das populações urbanas. No Brasil, no entanto, ainda é uma política pouco explorada, apesar de sua viabilidade e relevância, especialmente em grandes centros urbanos.

A Casa da Concórdia: dignidade e recomeço
A Casa da Concórdia, localizada no centro do Recife, é uma iniciativa da Habitat para a Humanidade Brasil, em parceria com o Fundo Fica, que coloca a locação social em prática. O projeto nasceu da necessidade de oferecer moradia digna e suporte integral para imigrantes em situação de vulnerabilidade, garantindo um espaço seguro de recomeço.
O imóvel, um prédio doado por uma família à organização, será reformado e adaptado para abrigar diversas famílias em unidades autônomas. A Casa irá contar com infraestrutura adequada e áreas comuns, além de garantir o acompanhamento social contínuo, promovendo vínculos comunitários e facilitando o acesso a serviços de saúde, educação e assistência social.
O diferencial da iniciativa está na combinação entre moradia segura e políticas de cuidado e reinserção social. No lugar de soluções emergenciais, como abrigos temporários, a Casa da Concórdia oferecerá uma moradia com estabilidade, que servirá como base para reconstrução da vida, principalmente de mulheres chefes de família com crianças.

Mais do que um teto: um espaço de transição com dignidade
A proposta da locação social, como na Casa da Concórdia, não é oferecer moradia definitiva, mas criar um espaço de transição com dignidade. Um lugar onde as famílias possam se reorganizar, acessar direitos e, com o tempo, conquistar autonomia para novas formas de habitação, seja via aluguel ou programas públicos de habitação popular.
O acompanhamento técnico e social contínuo é essencial nesse processo. Ao lado da moradia física, a Habitat Brasil e o Fundo FICA atuam com escuta qualificada, articulação com a rede de serviços públicos e incentivo à geração de renda, o que garantirá que a passagem pela Casa da Concórdia seja somente um capítulo de uma trajetória mais ampla de inclusão social.
Por que precisamos falar mais sobre locação social?
A locação social rompe com a lógica excludente de que só é possível garantir moradia por meio da propriedade. Ela amplia as alternativas de acesso ao direito à cidade, especialmente para populações que não conseguem acessar o mercado formal de aluguel ou compra de imóveis.
Ao mesmo tempo, ela ajuda a combater a especulação imobiliária e a ociosidade de imóveis públicos e privados nos centros urbanos, transformando espaços vazios em moradias ativas. Em contextos de crise habitacional, esse tipo de política pode ser uma resposta rápida, estruturada e humana.
A Casa da Concórdia, ao implementar esse modelo de forma concreta, se torna referência nacional em um campo que precisa de mais visibilidade, apoio e replicação. A moradia digna não pode ser um privilégio. Precisa ser um direito garantido por múltiplas formas de acesso, e a locação social é uma delas.
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